Índice:
1. Ideias
orientadoras do texto em análise
i. Definição
do conceito e implicações sociológicas imediatas decorrentes do aparecimento da
Web 2.0
ii. A Web 2.0 e a Escola
iii. A Web 2.0 e
a BE 2.0
2. Conclusão
i. Definição
do conceito de Web 2.0 e implicações sociológicas imediatas decorrentes do seu
aparecimento
I Início da sua utilização em contexto histórico recente
(2003).
A Web 2.0 revoluciona a forma como a internet passa a
ser encarada pelos utilizadores ao mesmo tempo que introduz, imediatamente com
o seu aparecimento, uma diferença abissal entre “nativos digitais” e
“imigrantes digitais” na óptica das comunidades de utilizadores e das
potencialidades e de serviços a que passam a aceder.
ii. A Web 2.0 e a Escola
Questiona-se a forma segundo a qual podem (a BE) e a
Escola acompanhar este “passo em frente” tendo em conta os novos serviços e
funcionalidades proporcionados pela Web 2.0, considerando ainda o novo perfil
de utilizadores e a incontornável interatividade inerente a esta plataforma ao
nível da construção/produção de conhecimento.
O documento continua explicitando que esta plataforma
constitui-se, por si só, como “um valor acrescentado”, uma “mais valia” pelos
aplicativos que proporciona aos utilizadores que, na rede e, em rede, atingem
com a Web 2.0 números astronómicos se comparados com os da Web 1.0, tudo isto
no espaço de uma década – 1996-2006 - ao mesmo tempo que se desenvolve uma
inteligência colectiva, uma exigência crescente para a melhoria dos conteúdos e
aplicativos bem como para a sua avaliação (rating),
aumentando-se exponencialmente as conexões entre os utilizadores como se de
sinapses de um cérebro se tratasse.
Outro paradigma associado à Web 2.0 é o da atitude
nova que ela pressupõe no relacionamento entre utilizadores – o exemplo dado
coloca a escola no centro do “desajustamento” que se está a verificar: na
escola a superstrutura (docentes/direção) são ainda da geração dos “imigrantes
digitais” e, portanto, têm consequentemente mais dificuldade (veja-se maior
lentidão) em adaptar-se aos desafios pedagógico-didáticos colocados pela Web 2.0.
No reverso da medalha encontra-se a multidão dos “nativos digitais” (os alunos)
que, ao serem pioneiros da utilização desta plataforma nas escolas, a utilizam
massivamente numa aprendizagem sem tutoria, indiferentes aos riscos que ela comporta,
sem formação, orientação e supervisão para gerirem o infindável volume de
informação e de conteúdos que dela jorram, sem possuírem ainda o “aparelho
crítico” e o domínio das literacias que lhes permitam distinguir as “ervas
daninhas ”no terreno fértil dos temas e ideias” (imagens, vídeos e sons,
acrescentarei).
E este risco/desafio não está perto de encontrar
solução porque no horizonte próximo se perfilam já os novos “upgrades” da Web
2.0 …. a Web 3.0, 4.0, etc. (…???) os
quais irão colocar novos e contínuos desafios (veja-se dificuldades) aos
imigrantes digitais e, ao mesmo tempo, aliciarão cada vez com maior premência
os nativos digitais.
iii. A Web 2.0 e
a BE 2.0
De novo, o texto historia a interligação entre estes
dois ambientes /plataformas explicitando em seguida os “upgrades” que a Web 2.0
permitiram introduzir na BE 2.0 comparativamente com os da BE 1.0. Destaco: 1.centralidade do/no utilizador; 2. mediatismo/mediatização;
3.democraticidade (porque não exclusiva nem seletiva ao nível dos utilizadores e das interações
que com ela mantém); 4. inovadora e 5. progressivamente mais global nos
serviços que presta à comunidade de utilizadores (esta também cada vez mais
global por mérito do crescimento das suas interações e da diversificação dos
serviços/conteúdos que vai disponibilizando.
Se David Lee King se refere às “ondas da biblioteca 2.0” eu gosto mais
de uma expressão tipicamente portuguesa que poderíamos associar a esta
funcionalidade/potencialidade da nova BE 2.0 – “ … é
como as cerejas …” .
O documento termina com interpelações muito
pertinentes para o ofício do PB e para a BE:
a. Como estão a BE/escola a enfrentar este novo paradigma
da sociedade do conhecimento colocado pela disseminação na escola da Web 2.0?
b. A BE 1.0 deverá ser capaz de evoluir para o paradigma
2.0, para a “enorme tarefa” que
significa preparar os seus públicos para a aquisição das literacias necessárias
à formação de leitores/utilizadores críticos.
c. É premente repensar continuamente o
papel/função/competências do PB à luz das exigências decorrentes dos desafios da
BE 2.0 podendo, por exemplo, suscitar as seguintes questões orientadoras de uma
reflexão sobre esta temática:
Que política para a BE?
Que suporte técnico?
Que ambientes para a disponibilização da informação?
Que recursos humanos?
Que seleção de ferramentas/ aplicativos?
2. Conclusão
Nós PB, imigrantes digitais estamos de facto perante
“a enorme tarefa”. No entanto, não podemos “deitar mãos “ a tudo – há que
definir prioridades, seleccionar recursos, definir políticas e só então partir
para a construção da “mudança na escola”.